Era uma vez uma semente. Redonda, fechada, perfeita. Enterrou-se ao longo dos dias dentro da terra, com a ajuda da chuva que lhe empurrava para bem fundo. O solo tornou-se bem mole e nutritivo, e ela sentiu-se tão bem que se instalou ali. Aos poucos, foi-se sentindo mais à vontade, e abriu um pouco, para dar a conhecer o seu interior verde. Um braço começou-lhe a crescer para cima, ao mesmo tempo que começava a "ganhar raizes" aquele local. Seria a sua morada eterna.
Então sentiu uma pontinha de frio vinda do braço que subia, a quem ela tinha chamado amorosamente Caule. E, oh, passou a ver o mundo cá fora! Não via, na verdade, mas sentia tudo e, parecia até, ouvia! Tinha ganho um sem número de sentidos ao se deixar instalar e crescer.
Aos poucos foi-se ela mesma fundido com as raizes, e em pouco tempo deixava de existir uma semente, e passava a existir uma jovem árvore. Cresceu, cresceu, cresceu. Ao longo dos tempos foi assistindo e passando pelo mais diverso tipo de situações.
Chegou o dia em que notou como o seu trono era grande e grosso, e as suas folhas fortes e resistentes. Os seus frutos, no mínimo, bonitos e agradéveis à vista. Com o passar dos anos, e devido à queda dos frutos, passou também a ver nascer mais Caules à sua volta. Tentava protegê-los nas noites do Outono e do Inverno, do frio, da chuva, e do vento. Mas eles cresceram saudáveis.
Então ouve um dia em ue a árvore sentiu um corte. Depois, quando deu por si, estava a tombar. "Viu" Aquelas Criaturas com algo na mão, que produzia imenso ruído. E aos poucos sentiu que todos os seus filhos também iam tombando e morrendo.
O pesadelo não acabou por aí. A seiva ainda corria no seu tronco forte e pelas suas folhas verdes e resistentes. Foi levada até uma central que produzia dez vezes mais ruído que a máquina Daquelas Criaturas. Colocaram-na numa passedeira que andava sozinha. E a úlima coisa de que se lembra foi de ter sentido cada pedaço do seu tronco e ser rapado por camadas... tiraram-lhe a vida aos poucos.
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E hoje fico-me por aqui. Já dá que pensar...
Tiago'
16 comentários:
e se dá Tiago!!!!
lindas fotos. quanto aso prémios, mereces os dois.
Bjocas e bom fim de semana
sou a jasmimdomeuquintal, mudei para outonodesconhecido
Sim, dá que pensar, e muito.
Dá que pensar que muitos percursos são interrompidos no melhor momento...
Beijinhos, Tiago
Outonodesconhecido/ Jasmimdomeuquintal,
As fotos não são minhas, pesquisa do google, mas são mesmo bonitas! Obrigado pelas distinções... em breve distribui-las-ei... :P
Beijinho,
Tiago'
Sol da meia noite,
como vês, até metáforas para a vida humana dá para criar a partir desta situação! :)
Beijinho,
Tiago'
olá
Realmente a vida de uma árvore é igual a muitas vidas. Nascem, crescem e morrem... Mas para não ficarmos tristes, vamos pensar que, para além "daquelas criaturas", também se pode fazer coisas muito belas...
Deixo muitos beijos estrelados
Perfeito, Tiago! Aprender assim através de histórias é muito mais fácil e mais aliciante. Gostei muito do teu texto!
Um abraço!!!
Belisa,
Aquelas Criaturas são sinceramente bastante diferentes umas das outras... :)
Tiago'
Alexandre,muito obrigado pela crítica ao texto! ;) Também tenho a mesma opinião que tu: por histórias/metáforas aprende-se melhor... :)
Tiago'
Penso que no meio de todos estes premios, o melhor deles é teres um novo visitante que venha com regularidade. Sou um deles, gostei muito.
Abraço.
Heyyy, não sabia que o TB tinha um blog! Já la fui e achei interessante!! ehhe, obrigado ;)
Lii
Tens desenvolvido um bom trabalho, a dar-nos que pensar.
Beijos.
El-felipe,
muito obrigado! É, sem dúvida, um grande prémio ;)
Tiago'
I'm a rebel,
de nada, ora essa... =P
Tiago'
A. Filoxera,
é esse o objectivo do blog: expôr-vos as minahs reflexões... :)
Beijinho,
Tiago'
Muito lindo Tiago!!
De certo que essa árvore pode ser nossa alma vazia a espera de uma semnte que tenha caído no chão e germine de novo em um dia em que as mentes vazias se encham de amor. Então ela crecerá vistosa e será o acalento para os pobres de alma que desejam crescerem tbm.
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