sábado, 5 de janeiro de 2008

A Vida de uma Árvore

Era uma vez uma semente. Redonda, fechada, perfeita. Enterrou-se ao longo dos dias dentro da terra, com a ajuda da chuva que lhe empurrava para bem fundo. O solo tornou-se bem mole e nutritivo, e ela sentiu-se tão bem que se instalou ali. Aos poucos, foi-se sentindo mais à vontade, e abriu um pouco, para dar a conhecer o seu interior verde. Um braço começou-lhe a crescer para cima, ao mesmo tempo que começava a "ganhar raizes" aquele local. Seria a sua morada eterna.
Então sentiu uma pontinha de frio vinda do braço que subia, a quem ela tinha chamado amorosamente Caule. E, oh, passou a ver o mundo cá fora! Não via, na verdade, mas sentia tudo e, parecia até, ouvia! Tinha ganho um sem número de sentidos ao se deixar instalar e crescer.

Aos poucos foi-se ela mesma fundido com as raizes, e em pouco tempo deixava de existir uma semente, e passava a existir uma jovem árvore. Cresceu, cresceu, cresceu. Ao longo dos tempos foi assistindo e passando pelo mais diverso tipo de situações.

Chegou o dia em que notou como o seu trono era grande e grosso, e as suas folhas fortes e resistentes. Os seus frutos, no mínimo, bonitos e agradéveis à vista. Com o passar dos anos, e devido à queda dos frutos, passou também a ver nascer mais Caules à sua volta. Tentava protegê-los nas noites do Outono e do Inverno, do frio, da chuva, e do vento. Mas eles cresceram saudáveis.

Então ouve um dia em ue a árvore sentiu um corte. Depois, quando deu por si, estava a tombar. "Viu" Aquelas Criaturas com algo na mão, que produzia imenso ruído. E aos poucos sentiu que todos os seus filhos também iam tombando e morrendo.

O pesadelo não acabou por aí. A seiva ainda corria no seu tronco forte e pelas suas folhas verdes e resistentes. Foi levada até uma central que produzia dez vezes mais ruído que a máquina Daquelas Criaturas. Colocaram-na numa passedeira que andava sozinha. E a úlima coisa de que se lembra foi de ter sentido cada pedaço do seu tronco e ser rapado por camadas... tiraram-lhe a vida aos poucos.

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E hoje fico-me por aqui. Já dá que pensar...
Tiago'

16 comentários:

Outonodesconhecido disse...

e se dá Tiago!!!!
lindas fotos. quanto aso prémios, mereces os dois.
Bjocas e bom fim de semana

Outonodesconhecido disse...

sou a jasmimdomeuquintal, mudei para outonodesconhecido

Sol da meia noite disse...

Sim, dá que pensar, e muito.
Dá que pensar que muitos percursos são interrompidos no melhor momento...

Beijinhos, Tiago

Tiago Mendes disse...

Outonodesconhecido/ Jasmimdomeuquintal,
As fotos não são minhas, pesquisa do google, mas são mesmo bonitas! Obrigado pelas distinções... em breve distribui-las-ei... :P

Beijinho,
Tiago'

Tiago Mendes disse...

Sol da meia noite,
como vês, até metáforas para a vida humana dá para criar a partir desta situação! :)

Beijinho,
Tiago'

Belisa disse...

olá

Realmente a vida de uma árvore é igual a muitas vidas. Nascem, crescem e morrem... Mas para não ficarmos tristes, vamos pensar que, para além "daquelas criaturas", também se pode fazer coisas muito belas...

Deixo muitos beijos estrelados

Alexandre disse...

Perfeito, Tiago! Aprender assim através de histórias é muito mais fácil e mais aliciante. Gostei muito do teu texto!

Um abraço!!!

Tiago Mendes disse...

Belisa,
Aquelas Criaturas são sinceramente bastante diferentes umas das outras... :)

Tiago'

Tiago Mendes disse...

Alexandre,muito obrigado pela crítica ao texto! ;) Também tenho a mesma opinião que tu: por histórias/metáforas aprende-se melhor... :)

Tiago'

El_Felipe disse...

Penso que no meio de todos estes premios, o melhor deles é teres um novo visitante que venha com regularidade. Sou um deles, gostei muito.

Abraço.

misguided ghost disse...

Heyyy, não sabia que o TB tinha um blog! Já la fui e achei interessante!! ehhe, obrigado ;)

Lii

Filoxera disse...

Tens desenvolvido um bom trabalho, a dar-nos que pensar.
Beijos.

Tiago Mendes disse...

El-felipe,
muito obrigado! É, sem dúvida, um grande prémio ;)

Tiago'

Tiago Mendes disse...

I'm a rebel,
de nada, ora essa... =P

Tiago'

Tiago Mendes disse...

A. Filoxera,
é esse o objectivo do blog: expôr-vos as minahs reflexões... :)

Beijinho,
Tiago'

Anónimo disse...

Muito lindo Tiago!!
De certo que essa árvore pode ser nossa alma vazia a espera de uma semnte que tenha caído no chão e germine de novo em um dia em que as mentes vazias se encham de amor. Então ela crecerá vistosa e será o acalento para os pobres de alma que desejam crescerem tbm.