terça-feira, 30 de setembro de 2008

Desilusão


Quanto mais alto se sobe, maior é a queda.
Uma coisa que não gosto mesmo, mesmo nada, é a falsa esperança. Quando estamos conviantes de que algo vai acontecer, e no fim não acontece. Quando nos dizem que esse algo vai acontecer, mas não acontece.
A falsa esperança leva à desilusão. E a desilusão leva à depressão. E só Deus sabe onde leva a depressão.
Há uns tempos escrevi um poema, do qual vou citar apenas um estracto:
É a convicção que comanda o coração e que não me deixa esquecer quem, afinal de tudo, sou eu.
Acho que não há muito mais a dizer. É a convicção verdadeira que nos impele. Só que de há uns dias para cá eu subi demais. Há 40 minutos, caí.
Tiago.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Só por ser Outono

Hoje olhei lá para o fundo, e vi mais do que o horizonte. Vi o Outono a aproximar-se. No momento em que estou a escrever esta mesma frase faltam cinco minutos para o começo oficial desta estação. Por isso vou ser breve, pois quero ir à janela assistir à mudança.

O Outono é a minha estação preferida do ano, logo a ser ao Inverno. Gosto de ver as folhas cair, o frio apertar, os cobertores numa cama onde dorme uma criança aconchegada. É mágico. Só mesmo por ser Outono.

O cheiro a castanhas assadas, o movimento das ruas de Lisboa num dia ventoso e chuvoso. Andar a pé sob a trovoada. Os tons de castanho pinta-me a mente, e sinto-me feliz. O folhear das páginas. o vento...

Hoje, só por ser Outono, quero voar.

Tiago.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Passividade perante a Vida

Estava eu ontem a escrever mais parte de uma história quando escrevo isto:

Por isso excitava-a, aquela ansiedade silenciosa. Estar a olhar para o ponteiro que se movia inquietamente, sem produzir qualquer som. Estar sentada naquela mesma cadeira, mas não a sentir, e não o querer conseguir fazer.

Hoje lembrei-me de que este parágrafo pode-me dizer muito. A minha personagem excita-se com aquela ansiedade inexistente. Estar á espera de nada, a não ser simplesmente que o tempo passe. Existem pessoas assim, na nossa realidade, apáticas à vida? Sim, existem. Talvez existam pessoas que pensam que a vida pode ser vivida de uma forma contínua, uma linha recta. Sentados á beira da estrada a ver tudo a passar. E no fim, morrer.

Sim, a minha personagem é assim. Mas, pessoalmente, quem me dera que fossem só personagens inventadas por nós que o fossem! todos ficaríamos a ganhar se entendêssemos que, no fim, a essência da vida existe, e que existe um bom motivo para cá estarmos. O problema que agora se nos deparara é: qual é a nossa finalidade?

Pode ser muito difícil de responder, mas para mim uma coisa é certa: não estamos aqui para sermos passivos. Existe uma frase que ilustra muito bem isto que estou a tentar dizer, e com ela encerro, por agora, este tema de reflexão. Esperam que percebam o seu significado.

O homem sonha, e o mundo avança.

Tiago.

sábado, 13 de setembro de 2008

Dá-me a Mão


Hoje de manhã acordei e decidi escrever alguma coisa acerca de "dar a mão". Cheguei aqui, cliquei em "Escrever nova Mensagem", e confrontei-me com um grande problema: não conseguia. Após ter escrito quatro linhas, apaguei-as, e resolvi mostrar, apenas, aquilo que queria ilustrar com palavras.

Dar a mão é amparar o outro, para que não caia.

Tiago.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O Xadrez e a nossa Vida

[Esta reflexão começa por estar apenas virada para o xadrez, mas aos poucos vai-se voltando para grandes questões filosóficas acerca do livre arbítrio.]

O xadrez é um jogo que se joga numa área de 8 quadrados por oito quadrados, e onde entram 16 peças para cada lado, ou seja, no total, 32. Diz-se que é um género de jogo de batalha, a imitar uma guerra em que, segundo umas determinadas leis vitais para as peças (que se encaixam perfeitamente na sua realidade), se tenta destruir o rei adversário. Ora o xadrez tem muito mais do que se lhe diga do que simplesmente as regras em si. Por exemplo, o facto de ter regras.

Quantas vezes eu já ouvi dizer "Gostava de poder voar"? E "gostava de ser jovem para sempre"? Mas não podemos. São as nossas leis. As do xadrez são mais restritas ainda: além das peças não poderem voar, e de não terem a liberdade de viverem para sempre (porque nem sequer têm a liberdade de nascer], são obrigados a andar num determinado sentido um determinado número de quadrados (excluindo a rainha que representa, talvez, no meio de toda esta metáfora, o louco sonhador que diz que voa e que nunca envelhece).

Dizemos que somos livres, mas não somos. E há quem diga que não somos livres, oh, mas somos, e bem!

Para quem diz que somos livres, pensem na opressão que a sociedade e a natureza nos impôem! As leis que nos são impostas, e o bom senso de não andarmos nus pela rua, mesmo de Verão. E o medo? O medo que sentimos por alguma coisa, não importa o quê? Não nos condiciona? Não nos aprisiona?

Para quem diz que não somos livres, que se coloquem ao pé de um peão do jogo de xadrez, que só pode andar uma casa em frente cada vez que se mexe e só pode andar na diagonal se houver uma peça para comer (ou matar) nessa direcção. Se calhar não é preciso irmos tão longe: coloco-se lado a lado com um escravo (sim, ainda existem, nós próprios somos escravos!), ou com um cidadadão de um país onde não exista democracia (e sim tirania). E se quem está a ler isto pertença a alguns destes casos, que se conforme pensando nas peças de xadrez.

O Ser Humano não é livre nem deixa de o ser. Vive perante as suas leis. As suas regras do jogo. A pergunta que se coloca é: "quem encontrar livre-arbítrio algures na nossa vida, ponha o dedo no ar.".

Tiago.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sonhar Conscientemente


De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos.

Disse isto Fernando Pessoa. E não é que estava certo? De sonhar ninguém se cansa, pelo menos ninguém que eu conheça. Sonhar é esquecer, diz-nos ele. Será? Se formos a ver, sim, é verdade. Sonhar é criar, à primeira vista, mas é criar o sonho. Se criamos o sonho, ignoramos o real. Esquecemos a nossa condição real. Sonhar é esquecer, e esquecer não pesa. Esquecer não pesa pela mesma razão lógica de termos um saco de batatas na mão, tirarmos as batatas, e constatarmos que o saco está mais leve. Tirar para fora as preocupções, eliminá-las, dá-nos mais flexibilidade (apesar de, na minha opinião, nos desproteger - a memória é uma auto-defesa forte, tal qual as vacinas). Por último, Fernando Pessoa diz que sonhar "é um sono sem sonhos em que estamos despertos".  Penso que é ensta última parte que se encontra grande parte da essência do pensamento, e por isso vou explorá-la com um pouco mais de pormenor.

Se considerarmos que pessoa se referia ao "sonhar", vemos que existem contradições misteriosas no resto da frase: sonhar é um sono sem sonhos. Podemos pensar que quando sonhamos estamos como que adormecidos. Mas quando dormimos a sério temos sonhos, muitas vezes imprevistos. Eles surgem, simplesmente, sem a nossa vontade. Mas o Sonhar a que Pessoa se refere é aos nossos desejos, naqueles em que nós intervimos conscientemente. Por isso sim, sonhar é um sono (visto que estamos "adormecidos" para a realidade") sem sonhos (dos que nos aparecem sem nós querermos). Sonhar é uma tarefa consciente que nos adormece. E então surge o último extracto da frase: "em que estamos despertos". No fundo, é a confirmação do que já formulei. Um sono não levado à letra.

Tiago.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

1 de Setembro

Hoje, o título deste post apresenta-nos a data de hoje. Porque 1 de Setembro tem muito que se lhe diga!

Gosto muito de Um's. 1 de Janeiro é o recomeçar do ano de calendário. A 1 de Maio, de Novembro, e de Dezembro, celebram-se feriados nacionais. A 1 de Agosto começam as férias dos meus pais, e, consequentemente, as minhas férias a sério. E a 1 de Setembro, começa oficialmente o novo ano lectivo!

1 de Setembro é-me quase equivalente ao 4 de Maio (o dia do meu aniversário) - tenho a hipótese de recomeçar tudo de novo. E sim, literalmente!

Prometi muitas novidades no blog durante as férias, mas é como digo: durante as férias, estou mais ocupado do que fora delas! E, por isso,  agora posso afirmar com segurança, o Reflexões Exteriores vai tomar um novo fôlego no recomeçar deste ano lectivo! Com novas reflexões, e mais frequentes.

Muito obrigado a todos os que por cá passam :)

Tiago.