quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Democracia Ateniense

Dizem eles que a democracia atensiense era uma coisa... de génio. Como é que a democracia, muito parecida com o que temos hoje em dia, estava já criada há quase 3000 anos? No entanto, e digo eu e mais uns quantos, vejam lá se se pode considerar est democracia justa (o mesmo se aplica à de hoje em dia, mas não com a mesma intensidade).

Relato de Plutarco, filósofo grego:
Em 484 a. C., Aristides, uma importante figura pública de Atenas, foi condenado ao ostracismo*. A esse propósito, seguiu-se o episódio:
Para que façais uma ideia, o procedimento foi o seguinte: cada homem pegou num ostrakon**, escreveu nele o nome do cidadão que desejava afastar e depois introduzio-o num recipiente protegido. Os arcontes começaram a contar o número total de estraka depositados [...] e, depois de os separarem por nomes, nomearam bem alto o nome da pessoa que tinha recebido o maior número de votos, a qual não poderia regressar à cidade nos dez anos seguintes [...]. No meio do procedimento, quando o povo estava a escrevendo, diz-se que um analfabeto entregou o seu ostrakon a Aristides, que tomou por apenas mais um na multidão, e pediu-lhe que escrevesse nele o nome "Aristides". Este deu um passo atrás e perguntou que mal lhe havia feito esse tal Aristides. "Nenhum", respondeu-lhe, nem sequer o conheço pessoalmente, mas estou cansado de ouvir toda a gente chamar-lhe Aristides, o Justo.

[Retirado do Manual do 10º ano de História A "O Tempo da História"]

* Ser obrigado a abandonar a cidade de Atenas.
** Pedaços de porcelana onde se escrevia a opinião de cada cidadão, comparado a um boletim de voto actual.

Foi isto a base da maravilhosa democracia atensiense. Terá sido justa? Terá sido democrática?

Tiago

4 comentários:

o que me vier à real gana disse...

... Pois, Tiago,bem me parece k não!... Mas, como diz o outro, ainda não se conhece sistema melhor.

Abraço

Filipe de Arede Nunes disse...

A democracia é um conceito nada absoluto. Em traços gerais significa o governo da maioria.

Seja como for, a democracia não engloba - embora devesse talvez englobal - o conceito de justiça.

Ademais, a democracia ateniense não pode ser comparada com a democracia de hoje porque entre estas duas épocas históricas estão cerca de 2500 anos de distancia.

Seja como for, entendo o que queres dizer.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Filipe de Arede Nunes disse...

A democracia é um conceito nada absoluto. Em traços gerais significa o governo da maioria.

Seja como for, a democracia não engloba - embora devesse talvez englobal - o conceito de justiça.

Ademais, a democracia ateniense não pode ser comparada com a democracia de hoje porque entre estas duas épocas históricas estão cerca de 2500 anos de distancia.

Seja como for, entendo o que queres dizer.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

A democracia real, ainda é um ideal não atingível e, até então, não existe no mundo sistema algum que sirva de base, regra ou senso de comparação para avaliação de plena e verdadeira democracia; e, nem pode existir; pois, temos que chegar em sua essência e ver a quem se beneficia. Para a aristocracia grega da antiguidade existia a mais ampla “democracia”, porém, para os escravos, os oprimidos, os explorados, os indigentes, os destituídos e excluídos (que eram a absoluta maioria), a democracia era somente uma palavra vazia.
Os processos de democracia são diversificados, e refletem a vida política, social e cultural de cada nação. As democracias baseiam-se em princípios fundamentais e não em práticas uniformes, pois, não existe modelo autêntico, forma perfeita, plena ou exemplar de Democracia no mundo; e nem existe modelo único que sirva para todas as regiões e todos os países.
Todas as nações devem ser livres, soberanas e independentes de qualquer ingerência imperialista; para projetarem e construirem o processo de democracia e liberdade, conforme seus ideais de desenvolvimento ou realidades sociais, culturais, politicas e econômicas; na pretensão sempre, de assegurar a soberania e independência nacional.
Portanto, a vontade da absoluta maioria de um povo em mudar e defender um ideal, que atenda aos interesses ou anseios da maior parte da população, também pode constituir-se como um processo de liberdade e democracia, no momento em que acontece quando dezenas de milhões de pessoas chegam a conclusão de que não se pode continuar a viver assim e, dessa forma, escolhem o caminho da revolução social de libertação nacional.